Enfrentando medos - algumas coisas

03/05/2017

Esse post foi escrito há mais de 2 anos

Um dos propósitos de retomar esse blog após tanto tempo em hibernação é reforçar e fazer com que fique guardado para sempre o período da vida em que venci um medo.

Enfrentar um medo é como uma guerra. Algumas batalhas a gente perde, outras a gente ganha. Mas diferentemente de uma guerra, a vitória aqui é mais certa - basta apenas a persistência (e muita, mas muita força de vontade).

A primeira coisa que vale a pena avaliar antes pular de cabeça para vencer um medo é sopesar a velha proporção do custo e benefício. Por exemplo, inexplicavelmente, ultimamente fiquei um pouco medroso com altura. Nada de muito especial e que me atrapalhe, mas provavelmente pular de bungy jump (como já fiz outras vezes) vai ser extremamente difícil. Skydive, nem pensar. Ok. E daí? E daí que, para mim, não vale a pena vencer esse medo pelo custo e sofrimento que isso vai causar. Porque uma coisa é certa: enfrentar um medo significa, de certa forma, viver um sofrimento psicológico.

E aqui já vamos para a segunda coisa. Vencer um medo é sofrido. Muito sofrido. A não ser que você acredite em remédios milagrosos, encosto e em outras macumbas, não tem outra forma de vencer um medo senão se expor a ele. Exposição. Muita exposição. Se a fobia for andar de avião, por exemplo, se prepare, porque por umas 10 ou mais vezes você vai ter a certeza absoluta de que dessa vez seu avião vai cair e você vai morrer. E pensemos aqui: uma das sensações mais horríveis do mundo é a sensação de morte. Dá pra ter uma ideia de quanto é sofrido a exposição.

Por fim, uma última coisa: vencer um medo é recompensador. Quanto maior o desafio, maior é a sensação de poder quando você consegue superá-lo. Sim, você pode. Você conseguirá não só dominar seu corpo, mas principalmente sua mente. Irá se sentir tipo o Professor Xavier do X-Men. É uma sensação deliciosa que vai dar um up em sua estima e autoconfiança. Animal.

Mas não podemos nos iludir: vencer um medo não significa eliminá-lo completamente. Vencer uma Catsaridafobia (que lindo o nome dado à fobia de baratas), por exemplo, não significa que você irá conviver harmoniosamente com elas, e até, quem sabe, colecionar livros, chaveiros e pôsteres de barata. Não é tão romântico assim. Eu mesmo tinha uma ideia idealizada do que era vencer meu medo (e irei contar mais dele em um próximo post). Mas não, sejamos realistas: vencer um medo significa não mais do que aprender a conviver com ele. Não deixar ele te dominar. Só isso. E, em um processo de "desfobiazação" isso já é muita coisa.

Mas o tempo está acabando, e o restante fica para outro dia. Até!