Não ter metas. Mesmo

26/11/2014

Esse post foi escrito há mais de 2 anos

Lembre, leitor assíduo (ou inexistente), que ontem falei sobre planejar a vida.

É meio que lugar comum dentre aqueles que falam sobre bons hábitos e produtividade (sim, existe muita gente que fala/escreve sobre isso) que um dos primeiros passos para sermos mais produtivos é listarmos quais são nossos objetivos. Uma das abordagens clássicas foi a que escrevi ontem (aqui), que é a de listar onde você deseja estar nos próximos 1 mês, 1 ano, 10 anos e no final da vida. Outra também muito conhecida é a abordagem GTD (getting things done) do David Allen, que é extremamente doutrinada entre os americanos e muito interessante par dar uma olhada também.

Parece natural, portanto que você tenha que estabelecer metas, para começo de conversa.

Mas, e se não?

Acho que poucas pessoas se perguntaram como é viver, conquistar o que se deseja sem traçar nenhum objetivo. A vantagem já de cara é que muitas vezes (pra não falar todas as vezes) que traçamos metas/objetivos condicionamos, de certa forma, a nossa felicidade a isso. Eu mesmo já escrevi sobre isso aqui. Disse que a realização de objetivos não traz a felicidade em si, mas é uma condição necessária para uma vida feliz. Logo, se você consegue, de certa forma, não condicionar sua felicidade a nenhum objetivo ou meta, você tem mais chances de ser feliz usando aquele tripezinho que eu falei de: (i.) altruísmo; (ii.) relacionamento com boas pessoas; (iii.) redução da competitividade.

E é possível abandonarmos as metas, mas mesmo assim sermos produtivos?

Nada me provou que não é, e provavelmente vou me engajar em um novo experimento social-antropológico para isso. O fato é que muitas pessoas estão dizendo já que sim, isso é possível.

Você pode checar aqui, aqui e aqui.

A ideia geral é a alegoria de que sua vida é como se fosse uma copa do mundo. Seus hábitos são seus treinamentos, seu dia-a-dia. E seu objetivo é simplesmente ser campeão. Se você traça esse objetivo para sua vida, não ser campeão significa que você fracassou, mesmo tendo treinado muito, jogado bem todos os jogos, e ter tido boas experiências. Ora, e qual a razão, portanto, de não ser feliz só porque você não foi campeão? Essa é a lógica de viver sem objetivos.

Vamos tentar? Até mais,